Meditação na prática e no dia a dia
Pare de pensar tanto. Viva um momento de cada vez. Melhore sua saúde. Conheça a si mesmo. Isso é meditação. Veja como praticá-la no dia a dia
Publicado em 26/06/2007
Reportagem: Yuri Vasconcelos - Edição: Amanda Zacarkim
É possível meditar até mesmo durante as atividades do dia a dia
Foto: Cacá Bratke
Foto: Cacá Bratke
Quando se fala em meditação, a gente logo pensa em alguém sentado de pernas cruzadas sobre uma almofada no chão, com a coluna ereta, as mãos apoiadas sobre os joelhos, os olhos cerrados, a boca levemente aberta e um silêncio sepulcral dominando o ambiente. De fato, essa é uma maneira clássica de meditar, mas não a única. Existem várias técnicas para mergulhar nesse estado de introspecção. Dá para meditar de olhos abertos, ouvindo música, andando ou durante tarefas cotidianas como passar a roupa, cozinhar e tomar banho. Sim, porque meditação não é uma ação, e sim um estado de espírito. "Meditação é a qualidade de estar consciente e alerta. O que quer que você faça com consciência é meditação. A ação não é a questão, mas a qualidade que você traz para a ação", afirma em um de seus livros o líder espiritual indiano Mohan Chandra Rajneesh, também chamado de Osho, que morreu em 1990. Ou seja, o que importa é estar focado naquilo que se está fazendo. "Para colher os benefícios da meditação, não precisamos nos isolar do mundo, mas, pelo contrário, incorporar a prática meditativa ao nosso cotidiano", diz o médico Jou Eel Jia, presidente da Sociedade Brasileira de Meditação Médica.
"As pessoas meditam, fundamentalmente, por três razões: conhecer a si mesmas, ampliar a percepção da realidade e viver no espaço do sagrado e atingir uma comunhão com o divino", diz Lia Diskin, da Associação Palas Athena, de São Paulo, que organiza cursos de meditação. Mas ainda tem mais. Meditar faz bem à saúde, dizem os mais respeitados cientistas e médicos dos melhores centros de estudos do mundo.
Apaziguar a mente seria o primeiro passo para poder mergulhar no estado meditativo de que nos fala o mestre indiano Osho. E como fazer isso? "Aceitando e abraçando o fluxo de pensamentos como se eles fossem a cena de um filme. Os pensamentos surgem, acontecem e passam", afirma a professora de yoga Márcia De Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda (Ciyma), de São Paulo. "Não devemos lutar contra eles, pois agindo dessa forma nós lhes damos personalidade e os fortalecemos", diz ela. "Quando a mente se dispersar, diga que agora não e continue com o seu propósito".
Com a mente quieta
Os grandes mestres afirmam que para colher os benefícios da meditação o ideal é praticá-la duas vezes por dia, em sessões de 20 a 30 minutos. Para quem está começando, pode ser uma tarefa difícil. "Muitas pessoas não têm disciplina para isso e acabam desistindo. Por isso, aconselho que, depois de escolher a técnica que mais lhe agrada, comece com cinco minutos diários", afirma Márcia De Luca, do Ciyma. "Aguarde um mês para que os efeitos dessa prática fiquem gravados na sua memória celular e gerem o desejo de meditar, criando assim o hábito".
E como saber se a meditação funcionou? É fácil. Se, ao final dela, você for invadido por uma sensação de bem estar, plenitude e apaziguamento, pode estar certo de que você meditou. A terapeuta holística Veena Mukti, no entanto, faz uma ressalva: "Quando se começa a meditar, a sensação pode não ser tão agradável. A pessoa começa a perceber que sua mente é um turbilhão de pensamentos e que seu corpo tem diversos pontos de tensão que antes não eram percebidos", diz ela. Com o passar do tempo, no entanto, a dispersão mental e os pensamentos banais naturalmente desaparecem. A mente vai serenando e o corpo já não dói tanto. E você começa a colher todos os benefícios dessa prática milenar.
Escolha sua linha
Meditação na Respiração: É uma das mais comuns e simples. Sentado de pernas cruzadas num lugar tranqüilo, feche os olhos e fixe a atenção no fluxo de ar que entra e sai de seus pulmões.
Meditação no Som Primordial: Criada pelo mestre espiritual Deepak Chopra, consiste na repetição de um som, chamado primordial, que está relacionado com a hora, a data e o lugar em que você nasceu.
Meditação Zen-Budista: Uma das técnicas dessa corrente do budismo é a meditação andando do monge Thich Nhât Hanh. Ao caminhar, conte os passos e sincronize-os com a respiração.
Meditação Raja Yoga: Sentado numa posição confortável e de olhos abertos, mentalize aspectos positivos da natureza humana, como os sentimentos de bondade, generosidade, compaixão e amor.
Meditação Transcendental: Formulada pelo indiano Maharishi Mahesh Yogi, não requer concentração ou contemplação. É baseada na repetição de um som pessoal só conhecido pelo iniciado.
Meditação Cristã: Resgatada pelo monge beneditino inglês John Main (1926-1982), está baseada na repetição de um mantra. O mais usado é o "Maranatha", (em aramaico, "Vem, Senhor").
Meditação Dinâmica: Foi criada pelo líder espiritual Mohan Chandra Rajneesh, o Osho, especialmente para os ocidentais. Mescla elementos de várias culturas e usa dança, som e movimentos.
Meditação Self: Tem como base os ensinamentos do iogue Paramahansa Yogananda e objetiva disseminar técnicas que levem seus praticantes a atingir a experiência pessoal e direta com Deus.
fonte: mdemulher.abril.com.br
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