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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

RESUMO DO LIVRO: CRIME E CASTIGO - FIÓDOR DOSTOIEVSKI 

E UM PARALELO COM A PSICANÁLISE E CONFLITOS PSICOLÓGICOS

ano de publicação: 1866
páginas: 463



"Crime e Castigo" é um romance do autor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), publicado pela primeira vez em 1866. A história gira em torno de Rodion Raskólnikov, um ex-estudante que vive em São Petersburgo e se encontra em uma situação financeira desesperadora. Ele desenvolve uma teoria sobre homens extraordinários que têm o direito de cometer crimes se isso servir a um bem maior. Convencido de que pode se colocar acima da moralidade comum, Raskólnikov decide assassinar uma agiota, Aliona Ivanovna, para roubar seu dinheiro e ajudar sua família.


Após o crime, Raskólnikov mergulha em um estado de angústia e culpa, o que o leva a um conflito interno intenso. Ele se isola da sociedade e enfrenta alucinações e delírios, lutando com a ideia de que sua ação pode ser justificada. Ao longo do livro, ele interage com diversos personagens que refletem diferentes aspectos da sociedade russa e suas próprias lutas morais, incluindo Sonia, uma jovem prostituta que se torna sua confidente, e o detetive Porfiry Petrovich, que suspeita dele.


O romance explora temas como a moralidade, a redenção, a solidão e a busca por sentido na vida. No final, Raskólnikov é confrontado com as consequências de seus atos e, após um longo processo de auto-reflexão e sofrimento, busca a redenção através do amor e do sacrifício.


**Paralelo com a Psicanálise e Conflitos Psicológicos**


A obra de Dostoiévski, especialmente "Crime e Castigo", é rica em aspectos que podem ser analisados sob a ótica da psicanálise. O conflito interno de Raskólnikov pode ser visto como uma manifestação da luta entre o id, o ego e o superego, conceitos fundamentais na teoria psicanalítica de Sigmund Freud.


1. **Id, Ego e Superego**: O "id" de Raskólnikov é representado por seus desejos primitivos e sua vontade de se libertar das amarras sociais, levando-o a cometer o crime. O "superego", por outro lado, representa sua consciência moral, que o atormenta após o assassinato. O "ego" fica preso entre esses dois impulsos, tentando encontrar um equilíbrio, mas acaba sendo consumido pela culpa e pela angústia.


2. **Culpa e Redenção**: A culpa é um tema central no romance. A psicanálise considera a culpa como um mecanismo de defesa do superego que pode levar a conflitos psicológicos. Raskólnikov experimenta uma intensa batalha interna, onde sua culpa o leva a um estado de alienação e desespero, refletindo um colapso psicológico que o afasta de suas relações humanas.


3. **Transferência e Relações Interpessoais**: A relação de Raskólnikov com Sonia pode ser vista como um exemplo de transferência, onde ele projeta seus próprios conflitos e sentimentos de culpa sobre ela. Sonia, que representa a compaixão e a compreensão, atua como um espelho que reflete a necessidade de Raskólnikov de se confrontar com sua humanidade e buscar a redenção.


4. **O Processo de Conscientização**: A jornada de Raskólnikov ao longo do livro representa um processo de conscientização. A psicanálise enfatiza a importância de trazer à luz os conflitos internos para promover a cura. Raskólnikov, ao confrontar sua culpa e buscar conexão com Sonia e outros, começa a entender a natureza de suas ações e suas consequências, simbolizando um caminho em direção à integração e à saúde mental.


Em suma, "Crime e Castigo" oferece uma rica narrativa que pode ser profundamente analisada através da psicanálise, revelando os complexos conflitos psicológicos que afligem o protagonista e, por extensão, a condição humana.


Retrato de Fiódor Dostoiévski pintado por Vasily Perov (1872)


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Fabiana
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